domingo, 19 de fevereiro de 2012

SINERGIA DO CRESCIMENTO EM AMBIENTE HOSTIL

O crescimento auto-sustentável e continuado do mercado consumidor só ocorrerá quando as pré-condições conjunturais integrantes da política econômica forem geridas com sinergia plena de forma a não visar apenas o controle isolado de alguns indicadores em detrimento de outros, a exemplo das elevadíssimas taxas de juros mantidas artificialmente a pretexto da manutenção da taxa inflacionária. É preciso buscar níveis baixos de inflação através de fatores de produção com nivel de atividade otimizado, voltados para atender um mercado com poder de compra, através da geração de empregos, que só são viáveis com a expansão dos investimentos internos e externos como conseqüência direta da credibilidade de uma política econômica e industrial de regras claras, descomplicadas e duradouras. Crescimento não gera inflação de demanda, como apregoam nossos eternos “economistas de plantão” travestidos de arautos do apocalipse. O que gera inflação é um mercado com baixo poder de consumo causado pela não ocupação de parcela expressiva da população economicamente ativa motivada pela falta de postos de trabalho provocando uma escala de produção do parque fabril muito abaixo do pleno emprego. É a lei da oferta e procura regulando as fontes de produção e consumo. Quanto menor a produção e oferta maior o preço e vice-versa. O que gera inflação é o déficit público de uma máquina estatal que não gerencia seu quadro de colaboradores (como as empresas privadas o fazem) de acordo com a demanda relativa do trabalho, operando com índices ridículos de produtividade, resultando num péssimo atendimento em praticamente todas as áreas do serviço público, e oferecendo equipamentos sociais de uso comum do cidadão, insuficientes e em deplorável estado de conservação. A empresa privada se assim proceder operando sem modelo de gestão, sem padrão de qualidade, sem responsabilidade social, perde clientes, sai do mercado, e “quebra”. Ao contrário, o Estado nunca “quebra”, mas rola sua dívida e prejuízo, sendo permitido constitucionalmente ser conduzido por toda a sorte de “gerentes” que se sucedem, cometendo incompetências, negligências, e imprudências de todos os gêneros e modalidades, transitando com impressionante desenvoltura por diversos artigos do Código Penal, agredindo nossa inteligência e o bom senso comum. Diferentemente da empresa, é extremamente complicado e demorado o processo de “demissão” do “gerente do país” por desempenho medíocre ou atos de má fé. No início do processo de desenvolvimento de muitos países, que hoje são estáveis houve um pacto político entre os diversos partidos e correntes de pensamento, para que fossem privilegiados os reais valores, princípios e objetivos inalienáveis da sociedade, (como numa missão), e que jamais deveriam ser relegados ou ignorados por quem quer que ascendesse ao poder, mantendo-se assim uma linha contínua de melhorias ao longo das várias gestões, resultando no atingimento da excelência nos vários campos de atividade do estado e da qualidade de vida global de seus cidadãos. Esta é a missão que nos orienta na empresa tendo como mais legítima aspiração que os futuros “gerentes” do país possam ter preparo suficiente para administrar nossos recursos com princípios técnicos e lógicos, investindo capitais em prioridades reais com base em premissas sustentadas por um planejamento estratégico nacional que possa promover o acesso regular a gêneros indispensáveis, “supérfluos”, bens duráveis e serviços para mais de 35 milhões de brasileiros excluídos de qualquer tipo de segmento de mercado, inclusive o nosso. CARLOS POLETINI - Palestra proferida na abertura da 3a. Convenção Nacional de Vendas da Piffer & Cia. Ltda. - Centro Empresarial Manhattan - Poços de Caldas - MG (30/09/2005)

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